19
setembroOlhando para mim, de Amanda Martins
Será que sabemos ser uma boa companhia para gente quando estamos tristes e fragilizados?
Nós temos dificuldades de nomear nossos sentimentos e isso nos impede de nos abraçarmos, de ser nosso próprio colo. Será que você diria a você mesmo "TUDO BEM eu não ESTAR BEM hoje", e você ter a certeza que esse momento vai passar? Nós, inconscientemente, esperamos esse colo e conforto de outras pessoas, mas já parou pra pensar como você ficará se não encontrar essas pessoas?
A dor só tem a força que damos a ela e o tempo que ela vai permanecer somos nós que vamos decidir. Então, vamos começar a dar nomes ao que sentimos. Se permita a conhecer você mesma, porque só assim saberá sentir seu próprio abraço, só assim saberá como é o conforto do seu colo. Aprenda a perceber sua respiração, tenha esse cuidado, esse carinho com você. Comece a perceber como é agradável o gosto daquele cafezinho de todos os dias.
Vou te fazer um convite: quando for tomar seu banho hoje, perceba a sensação da água caindo sobre seu corpo, tente focar na temperatura dessa água, sinta como seu corpo começar a relaxar. Neste momento, esqueça de tudo, apenas curta esse cuidado com você.
Fiz essa prática de autocuidado e comecei a notar minha respiração, meus pensamentos, e acabei fazendo um exercício comigo mesma. Escrevi num pedaço de papel a primeira pergunta que me veio: "Será que eu estou feliz com a vida que estou levando hoje?". Continuei com outras perguntas: "O que eu poderia fazer pra mudar minha vida? O que eu poderia fazer de diferente? Será que eu vou permitir essa mudança?". Levei uma semana só lendo minhas perguntas. Então, comecei a praticar o autocuidado, deixei meu preconceito de lado e fui aprender sobre meditação, realizando as práticas.
Meu corpo, com o tempo, foi mostrando o que precisava. Hoje, conheço e respeito meus limites, descobri que 20 minutinhos diários faz uma diferença incrível no meu dia, na minha semana, principalmente no meu mês. Eu sei a diferença que esse autocuidado terá no meu futuro. 20 minutinhos diários para fazer o que você gosta parece besteira, mas será esse cuidado que fará uma grande diferença na minha saúde física, na minha saúde mental e principalmente no meu emocional.
Eu te convido a começar o seu processo de autocompaixão e autoconhecimento. Tenho certeza que você também perceberá essa diferença. E lembre-se: as dores e tristezas só permanecem o tempo que damos a elas. Respeite seu momento, como tudo na vida, elas também têm seu tempo.
Amanda Martins, Mãe Mobilizadora do Centro de Excelência em Primeira Infância, é educadora do programa Aprendizagem para corações e mentes (SEE Learning da Emory Univerisity) e fez o curso CBCT ® - Meditação em Compaixão com Abordagem Cognitiva, realização apoiada por Compassion Corps.
Comentários